Cuidando da vida – idoso.

Adriana Cristina é uma das cuidadoras de Dona Lourdes. Na verdade, ela é técnica de enfermagem, já tendo trabalhado em vários hospitais. Há seis anos, vem atuando no cuidado especializado a idosos em suas próprias residências. 

“Eu acho que eles sentem falta de alguém da família. Pelo menos é o que eu vejo mais. E a gente se apega, com certeza. Acho que tem de ter humildade, se colocar no lugar do paciente”, comenta Adriana, que há três meses cuida de Dona Lourdes.

Outra que também está sempre atenta ao serviço das cuidadoras é a enfermeira Laíse Oliveira, que acompanha o trabalho de perto, fazendo avaliações quinzenais. Ela diz ter um relacionamento mais estreito, já que frequenta as casas dos pacientes. “Os familiares são conscientes de que não têm aquele tempo disponível para cuidar de forma satisfatória e aí, prestamos os cuidados de forma satisfatória. E eles ficam mais tranquilos de seguir a rotina deles.”

Alguns familiares até parecem até sentir uma ponta de culpa por não poder cuidar dos pais, segundo Laíse, mas nunca deixam de cuidar deles e de acompanhar tudo.  

Bate-papo: Mariana Sepúlveda - administradora

— Como os cuidadores são treinados?

Nós fazemos um processo seletivo, tem uma seleção; e todo mês eles são treinados sobre um tipo de assunto que é abordado no dia-a-dia deles. Tem mês que é treinamento de primeiros socorros, o treinamento é sobre alguma patologia, Alzheimer, Parkinson, sobre os manejos principais, cadeiras de rodas, como tirar o paciente da cama. Cada mês a gente aborda alguma coisa. São dois dias por mês que a gente dispõe pra que os treinadores sejam treinados e para que a gente possa se encontrar, conversar sobre a rotina, quais as maiores dificuldades deles, para que a gente trabalhe sempre em cima disso.”

— Há algum tipo de cadastro? Como eles são selecionados?

Geralmente, os cuidadores deixam o currículo na empresa. Como já temos mais de quatro anos de mercado, já temos um nome, já tem divulgação e como também temos muitos cuidadores trabalhando, um indica o outro; aí eles deixam o currículo e, com quase quinze dias, mais ou menos,  a gente faz uma seleção. Aí, isso vai depender do cliente, do que sofre o paciente, qual será a patologia dele, qual será o cuidador ideal para aquele tipo de cliente.

— A maior procura é por cuidados especiais para qual tipo de paciente?
É mais para idosos mesmo que já não são mais tão independentes e que eles possam levar tranquilidade. Hoje em dia, todo mundo tem uma rotina tão extensa, todo mundo trabalha, tem os seus familiares, a vida tem de continuar e, muitas vezes, o idoso precisa daqueles cuidados. Então, a gente atende todos os tipos de pacientes para que os familiares possam continuar na sua rotina normal. Eles vão estar sempre em apoio nas residência ou aonde precisar; hospitais também, aonde precisarem do serviço a gente presta.”

— E quanto aos estímulos cognitivos?
A gente trabalha também com os cuidadores para que eles mantenham a rotina do paciente sempre com ocupações. No caso de Dona Lourdes, ela caminha, as meninas fazem algumas interações com ela. Mas tem outros pacientes que jogam, gostam de dominó, tem outros que pintam. Implantamos na casa o quadro de atividades, algumas ligadas à música ou mesmo ver foto antigas; tudo que de certa forma estimule a estar sempre fazendo alguma coisa, para que não fique só aquele cuidador que fica o tempo todo do lado. O objetivo é deixar as coisas mais dinâmicas. Se o fisioterapeuta pede um auxílio a eles, alguma coisa básica, eles fazem também, algum exercício.


(fonte:www.tribunadonorte,com.br)





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