PARTE II – A QUEM E A QUE EU DEVO A MINHA DEPRESSÃO – “CAIU A FICHA” – CONCIENTIZAÇÃO.
Hoje, eu tenho consulta com uma nova psicóloga. Não consegui
“vaga” para continuar com a antiga. Vou
começar tudo de novo. Entretanto agora, acredito que haverá uma melhor evolução
do processo, pois a “ficha caiu”, finalmente, ou seja; já sei o que provocou a
minha 2ª- (segunda) crise.
Lembro-me vagamente, de quando voltei a trabalhar. Cerca de
quinze dias após a minha primeira crise. Estava ansiosa e apreensiva, porque
tinha certeza, que não conseguiria retornar às minhas atividades profissionais,
pois a minha cabeça ainda “flutuava”; estava totalmente área: não sabia o que
fazer, como me comportar, o que falar e pior, como executar minhas atividades
na Empresa/CAERN/RN/BRASIL. Era um verdadeiro martírio.
Quando cheguei à empresa, recordo que a primeira atividade
foi “viajar” a serviço, juntamente com a engenheira-chefe. Se fosse hoje, eu
diria simplesmente: “sinto muito chefe, mas não tenho condição de viajar”. Entretanto,
naquela época, ainda não estava consciente da minha incapacidade ou limitação
por consequência da DEPRESSÃO. E além disso, queria voltar às minhas
atividades, mostrar para mim mesma, que tinha condição de “levar uma vida
normal”. Não entendia, ainda, as fases da depressão bipolar: nem deveria ter
sido liberada para trabalhar: tanto meu psiquiatra, como o médico de segurança
do trabalho da Empresa não perceberam a fase na qual eu me encontrava, não os
culpo, pois é muito difícil diagnosticar os sintomas duma depressão bipolar.
Voltando ao assunto: não cheguei a trabalhar nem duas semanas.
Tive outra crise seriíssima: dessa vez, fiquei violenta, quis bater na minha
irmã, “xinguei” todas as pessoas que eu amo e que, no momento, tentavam me
ajudar. Resumindo: fui internada por quase nove (9) dias. Dessa vez, foi
terrível : fiquei imobilizada por uns dias e quase fico aleijada duma perna,
devido a brutalidade com a qual fui tratada pelos “enfermeiros” da clínica, na
qual fui internada e era, “particular”, imagine se fosse “pública”.
Bem, mas o importante é que estou contando a estória!
Descobri o motivo
pelo qual tive a segunda crise: na verdade, eu já sabia, só não queria admitir,
pelo fato de amar e respeitar muito as pessoas responsáveis pela minha recaída.
Fazia quase três dias que voltara a trabalhar, quando no
expediente da manhã, antes da chefia chegar, fui abordada por um dos meus
colegas de equipe, o qual me disse que a chefia falou, que eu não queria
trabalhar porque “tinha má-vontade”, ou seja; fui chamada indiretamente, de
irresponsável, depois de 26 (vinte e seis ) anos, prestando serviço na mesma
Empresa e que me lembre, até o momento de adoecer severamente com esse processo
depressivo, só tinha utilizado licenças médicas, quando dos meus partos (dois),
ou quando meus filhos adoeciam, o que é um direito adquirido de qualquer
trabalhador; cuidar de seus filhos. Isso tirou-me do sério. Perdi todo o rumo.
De repente, senti-me a criatura mais desprezível do mundo, não entendia como
alguém poderia ser tão ignorante, ao ponto de não respeitar os direitos humanos
e principalmente, desfazer do trabalho e dedicação de um funcionário. Pior,
fiquei tão atordoada, que procurei o Serviço Social da Empresa e disse o que
estava sentindo, mas não disse o que causara isso. Fui muito bem atendida e só
tenho a agradecer o apoio que recebi. A assistente Social-chefe, da época, garantiu-me
que conversaria com a Chefia e a Gerência a respeito dos meus sentimentos, ou
seja; de como eu estava me sentindo na empresa e como eles poderiam me ajudar.
Todavia, outra vez, ao chegar para trabalhar, fui abordada
pela mesma pessoa que me disse o seguinte: “A gerência e a chefia tinham se
reunido para “combinarem” o que diriam a assistente social quanto ao meu caso”.
Súbito, passei a ser um “problema” para
ELES. Nem preciso dizer, que isso foi a “gota de água” para desencadear a
segunda crise: não conseguia dormir, tomava 03 deazepans e não fazia efeito;
fiquei elétrica, “ligada”. Não demorou muito e veio a recaída. Não os culpo
pela ignorância, apenas , espero que não ajam assim, novamente, pois ELES NÃO
TÊM IDEIA DO MAL QUE ME CAUSARAM...
Na época, diante do que eu soube, pensei em abrir um
Processo por Danos Morais contra os dois, mas tinha sabido de tudo através de
terceiros e, quem me garantia que a pessoa em questão, teria coragem de se expor
sendo testemunha, quando convocada. Desisti da ideia. Hoje, não me arrependo,
pois ainda os respeito, de forma que não ganharia nada, como pessoa, se tivesse
aberto um processo contra eles.
Sinto-me bem, agora, nesse momento, pois a “ficha caiu” e
isso, irá me ajudar muito no decorrer das próximas sessões com aminha nova psicóloga,
que conhecerei hoje, na minha consulta.
Agradeço ao meu Deus por está mais consciente das coisas e
principalmente, por não guardar rancores; o que me prejudicaria demais, pois
não consigo odiar ninguém. Não faz parte do meu ser. Já passou, isso é o que
importa!
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