Resultado da votação pela cassação foi o que mais abalou Cunha, dizem aliados
“Estadão - 13/09/201620h20 - De Brasília
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Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Ao contrário da imagem altiva que tentou passar ao deixar o
plenário da Câmara após sua cassação, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
não escondeu de aliados o abatimento. O pior, segundo aliados, não foi a
aprovação da perda do mandato em si, que já era esperada, mas o placar do
resultado: 450 a 10, além das nove abstenções.
Fontes revelaram que Cunha mal conseguiu dormir à noite, de tão abalado
emocionalmente com o resultado. Ainda assim, manteve o tom beligerante e
com os poucos com quem conversou, continuou disparando contra os que o
abandonaram. "Ele virou um cachorro molhado na chuva, prestes a se
chacoalhar", comentou um aliado.
Horas após a sessão que interrompeu sua carreira política, Cunha ligou
para o vice-líder da bancada do PMDB, Carlos Marun (MS), para agradecer. Marun
foi o único a defender o ex-presidente da Câmara no plenário. "Já havia
uma perspectiva de cassação, mas o placar foi muito ruim, me abalou
também", afirmou Marun.
Durante a sessão, Cunha foi chamado de "bandido",
"psicopata", "golpista" e "mafioso",
principalmente pelos deputados da nova oposição. "Deve abalar, né? Mas ele
se manteve firme", disse Marun. Em alguns momentos, o peemedebista embargou
a voz e se emocionou ao apelar para os colegas, mas retomou o tom de
enfrentamento, principalmente no final, quando acusou o governo Michel Temer de
se associar ao PT para eleger Rodrigo Maia (DEM-RJ) e encampar a agenda da sua
cassação.
Marun diz esperar que Cunha baixe o tom e saiu em defesa do Palácio do
Planalto. "Não cabia ao governo enterrá-lo nem salvá-lo. O governo não
interferiu", observou.
Com a cassação, fontes acreditam que o peemedebista partirá para a
delação premiada. Marun aposta que Cunha não tem o que delatar. "Delação é
coisa de bandido. Só defendi ele porque entendo que ele não é bandido. Ele não
tem o que delatar", declarou.
Perdas
A perda do mandato já foi publicada no Diário Oficial, o que permitiu a
exoneração dos funcionários do gabinete do peemedebista. Cunha já perdeu o direito
a segurança da Polícia Legislativa, uso do carro oficial da Câmara e terá de
deixar o apartamento funcional em Brasília nos próximos 30 dias. Os custos da
mudança para o Rio de Janeiro terão de ser arcados pelo ex-deputado.
Técnicos da Casa ainda têm dúvidas se como parlamentar cassado, Cunha
terá direito ao plano de saúde e a previdência privada dos ex-parlamentares.”
Nota: a palavra beligerente, foi destacada pela blogueira
Daluz. É da classe gramatical dos adjetivos e significa "quem faz ou está
em guerra", conforme "Minidicionário Luft, ed. ática scipione",
pg. 81
Fonte: www.bol.com.br
“Estadão - 13/09/201620h20 - De Brasília
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