AMOR QUE FERE (mais uma amostra do meu livro de poesia a ser publicado, em breve)

AMOR QUE FERE.

A saudade córroi o espírito,
Sinto dor em cada centímetro do meu corpo.
Meu ser se contorce, agitá-se, grita.
O que quer?

Quer vê-lo, senti-lo, amá-lo.
Deseja olhar no âmago dos teus olhos
E perscrutar cada ponto luminoso,
Que indique uma luz de esperança.

O que mais quer?

Quer penetrar tua alma,
Teu corpo,
Enroscar-se em teus músculos,
Ser sangue do teu sangue
E percorrer junto a vida
Que é vida.

O que não quer?

Continuar na incerteza de que
Jamais nos amaremos.
Jamais te terei nos meus braços,
Dentro de mim, enlouquecendo-me
E acendendo o fogo da paixão.

O que mais magoa?

É saber que é apenas devaneio,
Que jamais nos amaremos,
Jamais nos beijaremos,
Jamais, jamais, e jamais!

O que fere?

É senti-lo “tão longe dos olhos,
Mas dentro do meu coração”.

Maria da uz de Lima Santos (17.06.00).



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