Não revelar, por quê?

Ontem à noite, tive mais um dos meus pesadelos recorrentes!
"Lá estava eu, na igreja. A minha amada igreja, da qual guardo boas e horríveis recordações. O pastor pregava sobre a necessidade de se trabalhar constantemente e muito e, abrindo a Bíblia lia um versículo que endossava sua afirmação. No banco, eu me perguntava: até Deus descansou, por que não podemos repousar, também? As escrituras ensinam, nos Salmos, que (parafraseando) o homem tem que usufruir do seu trabalho, afinal é o único lucro que terá, pois nada levará ao partir para a eternidade. Pensando assim, eu entendo que o pastor está equivocado. Saí do templo. Já fora, só tive tempo de entrar correndo no carro da minha amiga. Um cachorro imenso correra em minha direção e o homem que o conduzia me enojava, senti pavor. Não conseguia fechar a porta, o cachorro puxava minha roupa e tentava entrar no veículo a todo custo. Finalmente, consegui me soltar e fechando a porta, saltei para o banco de trás e me encolhi, enquanto minha amiga conduzia o automóvel. Ela começou a guiar velozmente por ruas estreitas e vazias. Eu tinha certeza que já passara por ali. Súbito, não estava mais num carro, mas num ônibus e eu me encolhia e chorava cada vez mais naquele banco, à medida em que o ônibus avançava por aquelas ruas horripilantes, as quais eu conhecia. Eu sabia que algo terrível voltaria a acontecer...Lá estava eu de novo, na casa do homem que conduzia o cachorro. Tudo veio à mente, novamente. Eu detestava aquele homem, queria gritar, todavia não conseguia. Sentia nojo das suas mãos em meu corpo."
De repente, despertei! Como das outras vezes, estava com taquicardia e suando por todos os poros. Não precisava pegar o medidor de pressão, que fica próximo da minha cama para saber que a minha pressão estava nas alturas; não era a primeira vez que acontecia, é um pesadelo recorrente.
O artigo de hoje é: o porquê desse pesadelo.
Quando eu tinha quatorze anos de idade, tive o desprazer de cruzar os olhos com um senhor de seus quase 40 anos, que frequentava a igreja da qual eu fazia parte. De imediato, senti ojeriza, uma antipatia sem limites. Ele era casado e tinha 4 filhos pequenos. Certo dia, fomos para uma programação de jovens e adolescentes num bairro vizinho, na casa de uma das mulheres mais maravilhosas que já conheci em minha vida. Quase morri de susto ao dar de cara com o tal homem: era o filho mais velho da irmã. Senti uma sensação horrível. S´queria sair dali. O culto terminou, então, a irmã serviu um lanche. O cujo foi um dos garçons. Ele veio em minha direção e devagarinho fez que colocava o prato de salgados em meu colo, enfiando num golpe rápido a outra mão no meio das minhas pernas. Gelei e paralisei. Minha vontade era sair correndo e gritando. Não consegui, as lágrimas desceram dos meus olhos e fiquei cega de vergonha e ódio; só pensava em matá-lo. Depois desse dia, os pesadelos começaram.
Hoje, por mais que eu queira, não consegui ainda me livrar desse trauma.
É por esse motivo que peço a todos, que se algo parecido aconteceu ou se vier a acontecer com você, por favor, conte aos seus pais ou a alguém em quem confie. Não sofra, o que eu ainda sofro hoje!

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