RESUMO DO LIVRO "A FONÉTICA - NO MUNDO DOS SONS DA LINGUAGEM", DE MALMBERG BERTIL - COLEÇÃO VIDA E CULTURA - ED. "LIVROS DO BRASIL" - LISBOA.

O aparelho fonador humano é composto por três partes: 1. O aparelho respiratório; 2. A laringe; 3. as cavidades supraglóticas.
O ato da respiração compreende duas fases: a inspiração e a expiração. Na inspiração, as cavidades pulmonares ampliam-se à medida que a caixa torácica se alarga pela descida do diafragma e pela elevação das costelas. A expiração, comporta uma subida do diafragma e um abaixamento das costelas, com a consequente expulsão de uma grande parte do ar contido nos pulmões. É este ar expirado que se utiliza para a fonação.
A laringe é uma espécie de caixa cartilagínea no termo da parte superior da traqueia. enóide. É composta por quatro cartilagens: a cricóide, a tiróide e as duas aritenóides. É a parte interna da base das aritenóides que estão ligadas as cordas vocais, estando a outra extremidade fixa no ângulo da tiróide ( à frente).
As cordas vocais e o mecanismo que as comanda são os órgãos mais importantes do nosso aparelho fonador. São lábios, colados simetricamente à direita e à esquerda da linha média e constituídos por um músculo e um tecido elástico. Sobre as cordas vocais encontra-se mais um par de lábios de forma semelhante, chamados falsas cordas vocais ou bandas ventriculares. Entre os dois lábios encontram-se os ventrículos de morgagni.
Chama-se glote o espaço triangular circunscrito pelas duas cordas vocais (e seu prolongamento nas apófises vocais). Durante a respiração normal, a glote está aberta, assim como durante a articulação de algumas consoantes surdas. Para a fonação, a glote tem de fechar-se ao longo da linha média. Se a parte da glote que se encontra entre as aritenóides fica aberta deixando passar o ar, obtém-se uma voz cochichada. Se o fecho é completo, a glote está pronta a entrar em vibração, logo que a  tensão do músculo tiroaritenóide seja a requerida pelo registro desejado. No registro grave a corda vocal é espessa; no registro agudo é fina. Também é possível fazer com que apenas entre em vibração uma parte da corda vocal e encurtar, assim, o comprimento do corpo vibratório, o que dá um tom mais agudo.
No topo da laringe e ligado às suas cartilagens por fibras e músculos, encontra-se o osso hióide. A entrada da laringe é protegida pela epiglote. O caminho dos alimentos e do ar respiratório cruzam-se na faringe. A laringe pode deslocar-se de cima para baixo e detrás para a frente. O primeiro daqueles movimentos é importante para a fonação, porque modifica o volume e, por conseguinte, o efeito ressoador da faringe.
As cordas vocais vibram horizontalmente quando se feçam e abrem sucessivamente a glote. Juntam-se uma a uma, começando pela base, até que o fechamento seja completo. A pressão do ar subglótico tende separa de novo as cordas vocais, começando pela base, até ao momento em que a abertura está completa e em que o ar pode sair. Define-se assim o tom laríngeo,  cuja frequência depende da velocidade dos sucessivos fechamentos e aberturas da glote.
As possibilidades de regular a velocidade de vibração das cordas vocais são em grande parte individuais. Quanto mais longas e espessas são as cordas vocais, mais lentas são as vibrações. Quanto mais curtas e finas, maior se torna a frequência.
Assim como a velocidade da abertura e de fechamento da glote determina a altura do som produzido, também a extensão dos movimentos horizontais das cordas vocais é o responsável pela amplitude das das vibrações sonoras. As variações de intensidade empregadas na fala podem efetuar-se de duas maneiras, em princípio, diferentes. Se se aumentar, com o auxílio dos músculos respiratórios, a força da corrente de ar e, portanto, a pressão subglótica, a amplitude das vibrações aumenta e o som torná-se mais forte. É possível diminuir também a intensidade do som fechando a glote apenas parcialmente, de modo a deixar escapar uma certa quantidade de ar não vibrante. Quanto mais se fecha a glote em cada vibração, tanto mais intenso se torna o som, e vice-versa. Os resultados instrumentais mostram um consumo de ar muito maior nas vogais átonas do que nas vogais tônicas.
As cavidades supraglóticas são a faringe, a cavidade da boca e as fossas nasais, cujo principal papel na fala é servir de ressoadores ao tom laríngeo. A cavidade da boca pode mudar de forma e de volume quase até ao infinito, graças aos movimentos da língua. O palato se divide em duas partes: o palato duro e o palato mole. O plato mole é móvel e abre ou fecha a entrada das fossas nasais. É a articulação do véu do palato que determina se um som há - de ser nasal ou oral.O véu do palato termina na óvula. A forma e o volume das fossas nasais são fixos. Na boca encontram-se os dentes com os alvéolos. Sobre os alvéolos encontra-se a região pre´-palatal.
É precisamente graças à grande mobilidade dos lábios que é possível acrescentar-se um quarto ressoador e modificar, assim, o efeito da cavidade bucal (labialização). A importância da língua é de tal maneira grande para a produção dos sons da linguagem que a palavra "língua" é frequêntemente empregada para simbolizar a comunicação linguística em geral. É o mais importante dos órgãos da fala acima do nível da glote. Consiste num complexo de músculos cuja base está ligada ao osso hióide e que enche toda a cavidade bucal. São os diferente movimentos da língua que permitem obter todos os efeitos ressoadores de que nos servimos para realizar os diversos timbres vocálicos da linguagem e produzir toda uma série de ruídos diversos. Na língua distinguir-se duas partes: a ponta da língua e o dorso da língua.

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